sábado, 12 de novembro de 2011

 SOMOS QUAIS ÁRVORES

CORDEL – rimadas:  ABBACDDCCD

Tudo tem um porquê
Um tempo d’amanhecer
Necessário a prova ter
O importante saber pra que.
O processo é a duração
Pra se aprender a esperar
O tempo faz amadurecer,
Semeia-se a semente
Logo nasce de repente
Trazendo o fruto da sua era.

Das trevas procura a luz
Pra baixo cresce enraíza
Em cima não se pisa
No seu tempo então produz
Nasce o fruto do plantio
Resiste ao sol até geada
Desde quando semeada
Tem seus dias de espinho
Acolhe ninho de passarinho
Mesmo quando sacudida.

Toda árvore dá sombra
Mas, nem toda o fruto dá...
Sua sombra nos resguarda
O sabor do fruto lembra
Em delícia saboreia
Você cuida valoriza
E a bênção te rodeia
Outro ciclo e tu semeais
Toda árvore é riqueza

Assim a nossa vida
Desde que aqui chegamos
Nas provas nos lapidamos
Não temos sempre guarida
Por Deus somos forjados
Eu daqui você daí
Sempre junto Ele vai
E por Ele aprovados
Somos filhos amados
Ele conhece nosso ai.

Como árvores parecidos
Cumprimos o determinado
Temos frutos denominados
Por Ele instituído
Por vezes fazemos sombra
E no mais Ele permite
As provas têm seus limites
Seu amor nos lembra
Benção nunca é sobra!
Em Deus tudo é patente

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A BENÇÃO DE TER AMIGO

Ter amigo é muito bom
Alegra e faz bem ao coração
É como uma boa canção
Afinada e de bom tom
Ser sincero e objetiva
Papo vai e papo vem
Nunca fazendo desdém
A confiança se cativa
Pois dessa não me priva
Ter amigo me convém

Na angústia nasce o irmão
E a fé na prova aumenta
O espírito alimenta
Suportando a provação
O murmúrio lança fora
E então por Jesus Cristo
No amigo eu invisto
A tristeza vai embora
Clamo a Deus esta é a hora
Sou vencedor e não desisto!

Ter amigo é uma benção
Quem encontra acha um tesouro
Vale mais que muito ouro
Meu cordel eu elogio
A você qu’é meu amigo
Sempre aqui muito Cortez
Cada um na sua vez
A Jesus eu peço as bênçãos
Pra vocês nessa intenção
Com toda minha sensatez.

“NÃO DEIS LUGAR AO DIABO”


           
           CORDEL

 “Não deis lugar ao diabo”
Ele é mesmo um intruso
Espeta mais que quiabo
É “amigo” que nem urso
Das cabeças de para-fuso
Ele usa até abusa
Em tudo ele mete a fuça
Ele sempre nos acusa
Ele é mesmo aterrador
Seu nome acusador

“Não deis lugar ao diabo”
Ele é o pai da mentira
Mesmo não sendo chamado
Pra todo lado ele atira
Até mesmo o pau no gato
No mundo ele milita
A verdade ele omite
E o bode então não pode
Parece leão que ruge
Se resistir ele foge.

Ele destrói os princípios
É o príncipe dos principados
Mas, não é emancipado...
No tempo determinado
Já está predestinado
Pagar por seu pecado
Por sua livre vontade
Cometeu iniqüidade
Não tem mais salvação
Pra ele só a condenação.

Mas Deus amou o mundo
E do fundo nos tirou
Jesus o preço pagou
Quando era ainda imundo
E hoje salvo estou
O mundo só tem abrolhos
E num piscar d’olhos
Voltará o Rei da glória
Faça a sua história
“Não deis lugar ao diabo”

terça-feira, 1 de novembro de 2011

RETRATO EMOLDURADO


(((CANZONETO)))


Emoldurado quis deixar o passado
Ignorando teu retrato intrigante
Olhando fixo, perplexo calado...
Em lembranças que esvoaçam o presente

Na mente um tempo iludente
De uma dor que abrange latente
Quando em choro, sufocado estridente...

O tempo é o senhor da razão
As lembranças, no entanto avalanche...
Toma espaço comanda constrange
No alvorecer do dia qual furação

Na brandura dos anos que fulgura
O retrato protegido se figura
Enquanto eu engelhado desfiguro

O retrato não condiz com teu recato
E o coração descaninho das desilusões
Tua estrutura contradiz o teu retrato
Em revoada dos sentimentos em conflagrações...

FERIDA ABERTA

Uma chaga aberta sangrando
Enquanto lágrimas vão se derramando
Insurge-se em qualquer momento
Banindo do instante o contentamento

Meu silêncio dolente denuncia
Na alma laivos da palavra inclemente
Que transfigura minha face doente

No peito uma lacuna aberta
Reside a dor que aperta
Como zagaia cravada que estanca
Da ferida o sangue que arranca

Não quero ser núncia da palavra corrosiva
Antes como lada das águas permissivas
Que permite transportar fragas do amor

Que meu viver em gestos libente
 Tão somente seja eu contente
Em gestos atitudes e palavras
Qual libélula minh’alma em haras